A ordenação, porém, foi feita pela Igreja controlada pelo Estado, e não pelo Vaticano (Foto: France Presse)
A Igreja Católica chinesa consagrou seus dois primeiros bispos após um histórico acordo fechado no ano passado entre Pequim e o Vaticano, que desde 1950 estavam com as relações rompidas por conta da ascensão do Partido. Desde então, os católicos daquele país ficaram divididos entre uma igreja estatal e uma clandestina, fiel a Roma.
A Associação Patriótica Católica da China (a Igreja oficial coordenada pelo Estado) anunciou que, na segunda-feira (26), Antonio Yao Shun, de 54 anos, foi ordenado monsenhor na diocese de Ulanqab, na Mongólia Interior (norte da China). E nesta quarta-feira (28) a igreja estatal chinesa anunciou uma segunda consagração: a do monsenhor Stefano Xu Hongwei, na diocese de Hanzhong, na província de Shaanxi (norte).
Em setembro de 2018, Pequim e o Vaticano assinaram um acordo sobre a sensível questão da nomeação de bispos, que dá ao papa o direito de supervisão sobre os candidatos apresentados pela Associação Patriótica. O papa Francisco então aceitou reconhecer a nomeação de sete bispos designados, sem sua aprovação, pelo governo chinês. No entanto, a questão dos bispos reconhecidos por Roma, e não por Pequim ainda não foi totalmente resolvida.
O Partido Comunista Chinês (PCC) desconfia das organizações, especialmente religiosas, que possam ameaçar sua autoridade. Por isso, criou associações estatais, às quais as religiões reconhecidas devem se filiar e envolve, não apenas a Igreja Católica, mas também igrejas protestantes e religiões como o Budismo, Taoísmo e Islamismo.
Fonte: Exame
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