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A reportagem questiona o crescimento absurdo da igreja em todo o mundo: "É evangelização ou marketing?" |
Em reportagem publicada nesta semana e replicada
nesta quarta-feira (21) pelo portal UOL, a BBC News em Washigton trouxe um
vislumbre a respeito da Hillsong, igreja que tem atraído um número absurdo de fieis
em todo o mundo. Citando também o grupo musical pertencente à denominação – a Hillsong
United -, a reportagem trouxe um questionamento: até que ponto as igrejas
devem se valer do marketing e do apego à cultura a fim de conquistar novos
membros?
A matéria mostrou o quanto a Hillsong é atrativa, sobretudo
às celebridades e ao público jovem mais, digamos, “descolado”. Mensagens de
autoajuda, arquitetura e design de interiores modernos e muita ênfase na
música. Essas têm sido algumas das ferramentas utilizadas por diversas igrejas
mundo à fora, mas que com a igreja australiana são mais do que indispensáveis,
o que a tornou um case de sucesso.
Fundada pelo casal Brian e Bobbie Houston em Sydney, na
Austrália, em 1983, a Hillson tornou-se um fenômeno evangélico global. Já está
em seis continentes e tem templos em 23 cidades. Todos os domingos, cerca de
130 mil fiéis assistem a seus cultos. Celebridades como o cantor Justin Bieber,
o ator Chris Pratt e a modelo e socialite Kourtney frequentam ou visitam
regularmente alguma filial da igreja.
A banda Hillsong United é um dos carros-chefe do fenômeno. Tem
mais de 2 milhões de seguidores no Instagram e suas músicas do são quase
onipresentes no cancioneiro moderno das igrejas evangélicas. No Brasil, então,
tem rendido boas vendas a nomes como Diante do Trono, Aline Barros, Avivah,
entre outros que traduzem e adaptam as músicas da banda.
Um ponto chama a atenção na reportagem da BBC. O olhar
crítico da publicação põe luz a uma tendência que muitas igrejas – boa parte, de
teologia reformada – estão buscando se distanciar: a da igreja culturalmente relevante.
A fala de Joe Adevai, um dos entrevistados na matéria, deixa claro isso: “Eles
[a Hillsong] são relevantes. Eles estão acompanhando a cultura. Como ser
cristão e descolado ao mesmo tempo?".
A matéria, no entanto, critica também o posicionamento
conservador da igreja australiana, principalmente no trato à comunidade LGBT.
Parece não fazer sentido ao repórter que escreveu o texto que uma igreja, por
mais moderna e ‘descolada’ que seja, ainda se firma a um fundamento cabal das
Sagradas Escrituras, de que a união aceita é apenas entre homem e mulher. O
texto deixa claro ser isso uma grande incoerência. Ou hipocrisia, talvez.
Ante a tudo isso, a BBC usa a fala de outro entrevistado, o padre
Steven Paulikas da Igreja Episcopal de Todos os Santos no Brooklyn, para problematizar
o megassucesso da Hillsong: “É evangelização ou marketing?”. Bom, fica o
questionamento...
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