A Polícia Civil do
Rio de Janeiro concluiu as investigações do assassinato do pastor Anderson do
Carmo, ocorrido em 16 de junho de 2019 e apontou que tudo foi arquitetado pela
deputada e cantora evangélica Flordelis. O Ministério Público Estadal (MP-RJ)
cumpre nove mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra onze envolvidos
no crime, exceto a esposa da vítima, que não pôde ser presa por conta da
imunidade parlamentar.
O inquérito concluiu
que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família, uma vez que
o pastor era quem controlava todo o recurso do Ministério Flordelis, hoje
rebatizado de Comunidade Evangélica Cidade do Fogo. Segundo a polícia, antes do
assassinato a tiros, Flordelis tentou matar o marido pelo menos quatro vezes,
sendo uma delas com veneno na comida.
O delegado responsável
pelo caso, Allan Duarte – da Delegacia de Homicídios de Niterói – a firmou que a
deputada construiu um "enredo" para chegar à Câmara e construir sua “franquia”
de igrejas e esta foi sua principal motivação no crime.
"A investigação
demostrou que toda aquela imagem altruísta e de decência era apenas um enredo
para alcançar a posição financeira e política. Depois que ela alcançou esse
objetivo principal de chegar à Câmara dos Deputados, ela colocou em prática esse
plano criminoso intrafamiliar", disse o delegado.
A deputada vai
responder por cinco crimes: homicídio triplamente qualificado (por motivo
torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa,
falsidade ideológica e uso de documento falso. Pelo envenenamento, ela
responderá por tentativa de homicídio.
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Segundo a polícia, antes do assassinato a tiros, Flordelis tentou matar o marido pelo menos quatro vezes, sendo uma delas com veneno na comida |
O pastor Anderson do Carmo foi assassinado dentro da própria casa no bairro Badu, em Niterói, no dia 16 de junho do ano passado. Na ocasião, a esposa da vítima, a deputada federal Flordelis dos Santos de Souza, relatou em depoimento e à imprensa que o marido teria sido morto durante um assalto. Ela informou ainda que eles tinham sido seguidos por suspeitos em uma moto quando retornavam para casa.
Lucas 12
Os agentes da
Polícia Civil estão em endereços na capital do Rio, em Niterói e São Gonçalo,
na região Metropolitana do Rio, e em Brasília, no Distrito Federal. A operação
foi batizada de “Lucas 12”, em referência ao texto bíblico, cujo versículo 2 é
dito por Jesus: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou
oculto que não venha a ser conhecido”.
Nesta segunda, foram
presos cinco filhos do casal (Adriano, André, Carlos, Marzy e Simone) e uma
neta (Rayane). A Justiça ainda emitiu mandados de prisão contra dois homens que
já estavam na cadeia: o filho apontado como autor dos disparos (Flavio) e um
ex-PM (Marcos). Um sétimo filho (Lucas), que já tinha sido preso por conseguir
a arma, também foi denunciado na Lucas 12.
[Em atualização]
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