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O papa, em visita à China no ano passado: por 70 anos, a Santa Sé não tinha autonomia para escolher os bispos em terras chinesas |FOTO: Filippo Monteforte/AFP |
O Vaticano e o Partido Comunista
da China renovaram nesta quinta-feira (22) um acordo sobre a nomeação de
bispos. Na prática, a medida dá ao papa Francisco a palavra final acerca da
nomeação de lideranças católicas no país asiático. E o governo do presidente Xi
Jinping permite que todos eles, incluindo oriundos de uma igreja apoiada pelo
Estado, reconheçam a autoridade de Sua Santidade.
“China e Vaticano decidiram,
depois de consultas amistosas, prolongar por dois anos o acordo temporário
sobre a nomeação de bispos”, anunciou à imprensa o porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores chinês, Zhao Lijan, conforme noticiou a agência de notícias
France Press. As tratativas entre a
Igreja Católica e os comunistas vão à contramão das advertências dos Estados Unidos,
que têm denunciado a repressão sofrida por católicos em território chinês.
Oficialmente, a existência do
acordo provisório assinado em 2018 prevê acabar com quase 70 anos de tensões
sobre a nomeação de bispos. Antes disso, a China se recusava a aceitar que a nomeação
dos líderes religiosos viesse do Vaticano, uma vez que não reconhece o papa
como chefe da Igreja Católica. Paralelamente, a Santa Sé se negava a reconhecer
que bispos fossem escolhidos pelo governo local, o que não ocorre em outros
países.
“As duas partes concordaram em
estender a fase de implementação experimental do acordo por mais dois anos”,
informou, em nota, o Vaticano, ao mencionar que “pretende continuar o diálogo
aberto e construtivo para promover a vida da Igreja católica e o bem do povo chinês”.
Por outro lado, o secretário de Estados dos EUA, Mike Pompeo, denunciou no mês
passado que a aliança não ajudou em nada os cristãos.
FONTE: Revista Oeste
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