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As ofensas contra a jornalista foram postadas no Facebook e também em grupos de WhatsApp |FOTO: Arquivo Pessoal |
A prefeita eleita de Bauru e jornalista Suéllen Rosim (Patriota), tem
recebido ataques racistas desde que o período eleitoral, mas que se
intensificaram logo após a vitória nas urnas, neste domingo (29). As ofensas
foram postadas no Facebook e também em grupos de WhatsApp. Evangélica, ela é a
primeira mulher negra a assumir o Executivo bauruense em toda a história.
Em um comentário a uma postagem no Facebook, um usuário escreveu:
"Bauru não merecia ter essa prefeita de cor com cara de favelada
comandando a nossa cidade. A senzala estará no poder nos próximos quatro
anos".
Em outra mensagem veiculada por WhatsApp, uma pessoa - cujo número de
celular já pode ter sido identificado - disse que "essa gente de pele
escura, com cara de marginal, administrando a cidade será o fim".
Os ataques racistas também aparecem em outras mensagens, incluindo a
que o agressor afirma que "essa gente de cor, representada por essa tal
Suéllen, não vai saber administrar a cidade, não tem competência". Os
conteúdos foram "printados" e encaminhados à prefeita eleita por
pessoas próximas a ela.
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Os ataques racistas contra a nova prefeita foram feitas em grupos de Whatsapp e nas redes sociais |
O jornal Folha de São Paulo publicou matéria na segunda-feira (30)
sobre a vitória de Suellen. Num post do jornal no Twitter, outros ataques foram
desferidos contra a prefeita eleita, não apenas pela cor, mas por ela também
ser “evangélica e conservadora”.
- “Negro conservador é uma ofensa aos antepassados. O partido conservador brasileiro era formado por escravocratas”, disse um internauta.
- “As vezes eu queria entender o que as pessoas veem de bom nessa doença que é o conservadorismo, pq sério, eu não entendo! Faz mal pra todos e ainda atrasa a evolução da nação cara”, disse outra.
- “Tão jovem e já estragou a vida sendo evangélica e conservadora?”, questionou outra.
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Comentários preconceituosos foram registrados em um post do Twitter |FOTO: Montagem/MBL |
No Twitter, Suéllen Rosim repudiou as agressões. "Recebi conversas
de cunho racista feitas em um grupo de WhatsApp e comentários nas redes
sociais. Jamais me silenciarei diante de algo tão sério. É inadmissível. Já
tomei as medidas judiciais necessárias. Obrigada pelas mensagens de
apoio", escreveu.
Um boletim de ocorrência (BO) foi registrado como injúria racial e a
Polícia Civil iniciou uma apuração preliminar com o objetivo de identificar o
autor ou autores das postagens.
"Já fizemos contato com a assessoria da prefeita eleita e ela será ouvida, assim como outras pessoas que tiverem informações que venham a corroborar para a produção de provas. Depois, em sede de inquérito policial, haverá a imputação criminal em relação ao responsável ou responsáveis pelas veiculação destes conteúdos", adianta o delegado Eduardo Herrera, titular do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil de Bauru.
Eleição – Suellen Rosim recebeu 89.725 votos, o que corresponde a
55,98% dos votos válidos. Seu adversário, Dr. Raul (DEM), teve 70.558 votos, o
equivalente a 44,02% dos votos válidos.
FONTE: JCNET/G1
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