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Com o resultado, os parâmetros aprovados para cada vacina serão tornados públicos, e a autorização passa a valer a partir da ciência oficial dos laboratórios solicitantes |FOTO: Reprodução/TV Globo |
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou neste domingo (17) por unanimidade o uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19 – a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan, e da Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. Com isso, a campanha de vacinação já pode ser iniciada no Brasil - a data anunciada pelo governo federal é 20 de janeiro.
A reunião extraordinária da diretoria colegiada se iniciou às 10h e, por volta das 15h, formou maioria com três votos a favor da aprovação. A liberação foi discutida por cinco membros da agência, entre eles o presidente do órgão, o médico e contra-almirante Antonio Barra Torres.
A análise da
liberação dos dois imunizantes foi feita por uma equipe de cerca de 50 pessoas
da agência reguladora e três áreas responsáveis pelo registro de
medicamentos, certificação de boas práticas de fabricação e
pela farmacovigilância de medicamentos, que é o monitoramento do
produto no mercado.
Apenas farmacêuticas
que fizeramn estudos clínicos de fase 3 no país podem pedir o aval para aplicar
a vacina neste formato, pelas regras atuais da agência. Com o resultado, os
parâmetros aprovados para cada vacina serão tornados públicos, e a autorização
passa a valer a partir da ciência oficial dos laboratórios solicitantes.
Vacinação começa em 20 de janeiro, diz Ministério da
Saúde
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De acordo com o Ministério da Saúde, 8 milhões de doses de vacinas devem estar disponíveis neste mês, sendo 2 milhões da Oxford/AstraZeneca e 6 milhões da Coronavac |FOTO: Reuters |
O início da
vacinação em todo país aguardava apenas a liberação do uso emergencial dos imunizantes
por parte da Anvisa. Na quinta (14), o ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, disse a prefeitos que as primeiras doses contra a Covid-19 seriam
distribuídas dia 20 de janeiro, se a Anvisa autorizasse o uso
emergencial. Pazuello afirmou que 8 milhões de doses de vacinas devem estar
disponíveis neste mês, sendo 2 milhões da Oxford/AstraZeneca, em parceria com a
Fiocruz, e 6 milhões da Coronavac, por meio do Instituto Butantan.
No entanto, a
negativa do governo da Índia em enviar imediatamente doses da vacina da
AstraZeneca/Oxford frustrou os planos do governo federal. Com isso, o voo que
sairia do Brasil neste domingo (17) para buscar as vacinas foi cancelado. Além
disso, o presidente Jair Bolsonaro disse, em entrevista à Band na última sexta
(15) que "daqui a dois, três dias no máximo o nosso avião vai partir e vai
trazer essas 2 milhões de doses".
A corrida pelas vacinas no Brasil
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Os documentos apresentados pela Fiocruz foram aprovados sem ressalvas pela Anvisa |FOTO: Fiocruz |
O Instituto Butantan
solicitou à Anvisa em 8 de janeiro o registro de uso emergencial
da vacina chinesa Coronavac. O pedido foi comunicado pela própria Anvisa.
O prazo, segundo a própria agência, era de 10 dias para responder ao pedido de
solicitação. No mesmo dia o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que o
governo federal quer fechar contrato para compra de 100 milhões de doses do
imunizante chinês. Segundo o ministro, 46 milhões da Coronavac serão
distribuídas até abril e mais 54 milhões no resto do ano.
Depois, foi a vez da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fazer o pedido de uso emergencial da vacina de
Oxford, desenvolvida pela empresa AstraZeneca. O pedido é para o uso
de 2 milhões de doses de vacinas que devem ser importadas do laboratório Serum,
sediado na Índia, um dos fabricantes da vacina da AstraZeneca. Assim
como no caso da Coronavac, a solicitação também foi comunicada pela agência
reguladora. A vacina de Oxford é a principal aposta do governo federal. A Fiocruz
deve distribuir 210,4 milhões de doses a partir de fevereiro.
Ao longo do processo
a Anvisa chegou a solicitar ao Butantan mais informações para a autorização da
Coronavac. Já os documentos da Fiocruz foram aprovados sem ressalvas pela
agência. O procedimento de checagem é uma conferência feita nas primeiras 24
horas para verificar se as informações essenciais sobre eficácia e resultados
clínicos estão no processo para análise de uso emergencial pela equipe técnica
da Anvisa.
FONTE: Gazeta do Povo
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